O reinado dos ‘R’eis
A Ford escolheu a Espanha para lançar o esperado Focus RS, esperando que não estragássemos a festa e levássemos seu maior rival para lá. Mas aparecemos na festa com um penetra, o formidável Golf R. Dois reis dos hothatches, duas personalidades diferentes se enfrentando em estradas maravilhosas.
Camuflagem, testes secretos, proibições da assessoria de imprensa, tudo para ocultar as evidências… A maioria das montadoras esconde os testes de seus novos modelos, por isso estranhamos que a Ford tenha feito um documentário que escancarava todo o desenvolvimento do RS. Claro que isso gera marketing, momentos interessantes também: um carro quebrando, motores falhando, cronogramas não cumpridos, está tudo lá no Youtube.
No fim da série de curtas metragem, o gerente técnico Raj Nair dirige o RS. “Este é o modo Normal?”, pergunta ele. “É terrível!” O recado é para quem espera ver os mais radicais atributos do carro, que “não estão disponíveis ainda, pessoal”.
Corajoso, mas isso enfatiza os esforços que a Ford fez para gerar expectativa na terceira geração do Focus RS, que deveria ser a melhor delas. Claro, o final é feliz, pois a equipe técnica trabalha dia e noite durante semanas para dar os retoques finais no RS, consertando o que deu errado. Mas agora nenhuma edição poderá ajudá-los; os primeiros RS estão desembarcando no aeroporto de Valência.
Não conseguiremos enfatizar o quanto este novo Ford é crucial. O primeiro RS global – China! USA! mais 40 outras localidades – é também o primeiro modelo RS com tração integral desde o Escort RS Cosworth de 1992. Por duas gerações do Focus RS, a Ford sempre afirmou que tração integral adicionava peso, custos e acabava com a diversão – fãs da tração dianteira acreditaram. Agora vamos conferir o que os fez mudar de ideia, colocando o Focus lado a lado com o Volkswagen Golf R.
O hothatch favorito do pessoal aqui na CAR inglesa é o Golf R e ele tem custo e especificação que o colocam em rota de colisão direta com o RS: 4 cil. turbo, tração integral e cerca de R$ 160 mil por lá.
Mas percebemos sutis diferenças filosóficas. Enquanto o VW permite que você desligue totalmente o controle de estabilidade, a Ford por sua vez, nos premia com o modo Drift, que transforma o RS num maluco tostador de pneus. A Ford oferece bancos esportivos e pneus mais aderentes opcionais e a VW um câmbio de dupla embreagem.
Entre no novo RS e alguns ecos do passado começam a aparecer: seus dedos deslizam sobre a costura azul do couro perfurado que reveste o volante de perfeita empunhadura, que naturalmente as direciona para a posição ‘dez para as duas’. Os pedais são de alumínio, a alavanca de mudanças é mínima e o mais importante, há dois tipos de bancos…
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