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Como a COVID impactou nos custos exagerados da F1 atual

De acordo com o chefe da Scuderia AlphaTauri, Franz Tost, crise provocada pela pandemia fez com que a categoria começasse a pensar mais em sua sustentabilidade financeira.

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A pandemia que o planeta enfrenta desde o início de 2020 causou reflexos imediatos em todo o mundo e na Fórmula 1 não foi diferente. Por ser um campeonato mundial dispendioso cuja logística é extremamente complicada, a categoria foi uma das primeiras a apanharem da COVID, com o cancelamento da primeira prova do ano, o GP da Austrália, mesmo com tudo montado, ingressos vendidos, equipes, pilotos, jornalistas e todo o circo montado em Melbourne.

Esse foi o primeiro grande prejuízo da categoria e organizadores de prova, com a maior parte da datas caindo ou sendo remanejada. A mesma coisa agora aconteceu com o teto de custos proposto para 2021. O valor, que era de 175 milhões de dólares, agora caiu para 145. Pouco, mas um sinal significativo, provocado pela queda significativa de premiações e que também provocou o adiamento da nova geração de carros para 2022.

Em entrevista à publicação inglesa Autosport, Franz Tost, chefe da Scuderia AlphaTauri (antiga Toro Rosso), explicou como tudo o que aconteceu serviu como um balde de água fria e um sinal de alerta a todos sobre a sustentabilidade e o futuro do esporte nos moldes atuais.

“De acordo com o corte de gastos, as equipes não estavam tão inclinadas em diminuir a quantidade de dinheiro que querem gastar antes desses problemas da Covid. Mas todo mundo entendeu o quanto isso pode ficar difícil no futuro, pois as equipes de F1 dificilmete trabalham juntos, cada uma tem seus próprios interesses e não olham o cenário completo”, afirma Tost.

“Acredito que esta situação especial do COVID abriu os olhos de que simplesmente temos menos dinheiro na mesa que o esperado. Se você tem menos dinheiro, você só pode gastar o que tem. Além disso, eu acho que alguns dos meus colegas mudaram um pouco suas formas de pensar”, continua o dirigente.

Até o momento, a F1 planejou um retorno normal, com calendário de 23 corridas, mas mudanças já estão à vista, com provas na Austrália e China já sendo adiadas. “Como você pode imaginar, a FOM não conseguiu o dinheiro previsto no ano passado, sem espectadores, sem taxas das corridas e com isso ela não pode nos dar o dinheiro planejado”, destaca.

“Espero que a gente controle tudo, que os espectadores possam ir nas corridas, que há interesse pela F1 e que tenhamos uma temporada mais forte em 2021”, finaliza Tost.

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