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Corrida espetacular e manobra polêmica definem o GP do Bahrein de F1

GP é marcado por ultrapassagem de Verstappen feita fora dos limites da pista e devolvida em seguida para Hamilton, que venceu pela 96ª vez.

RaceCarHamilton e Verstappen

De quem foi o erro que definiu o GP do Bahrein de F1?

Foi de Max Verstappen, que poderia ter esperado um ponto melhor para ultrapassar, mas meteu a faca entre os dentes e foi na primeira oportunidade que viu, efetuando essa manobra fora da pista?

Ou o erro seria da forma como foi desenhada essa regra, que é rígida demais nas disputas, mas atenua quando o piloto está sozinho em um setor onde geralmente se exagera um pouco na dose – e onde até Lewis Hamilton chegou a escapar?

O leitor pode achar que estamos exagerando, mas postamos abaixo uma prova, retirada da transmissão da TV. O local dos dois incidentes foi a curva 4, uma após onde Romain Grosjean explodiu seu Haas no ano passado.

 

VEJA ABAIXO O LANCE ENTRE MAX E HAMILTON

 

 

Palmas para Max, que preferiu adotar a prudência e devolver a posição na dúvida, ciente de que a Mercedes se mexeria forte nos bastidores e uma possível resistência poderia resultar uma punição que poderia até fazer ele perder posições. E palmas para Hamilton, que mostrou a experiência e a velocidade de um heptacampeão e ganhou merecidamente.

No entanto, essa situação gera um questionamento: ela precisa ser bem definida, para não gerar margens para interpretações e situações como essas duas citadas acima. Como disse o apresentador da F1, Will Buxton, não existe meia grávida, assim como não existe meio certo ou meio errado. O desafio da F1 é fazer essa regra de uma forma que não haja contestação.

A sorte é que essa situação acabou resolvida rapidamente, dentro da pista mesmo, e não manchou o GP do Bahrein, que pode ser considerado uma dos melhores da história recente, fazendo jus às inesquecíveis e tradicionais etapas de abertura dos campeonatos da F1. Hamilton venceu no braço e na inteligência pela 96ª vez, mas essa conquista foi mais comemorada do que muitas outras nos anos anteriores, quando a Mercedes corria sozinha.

 

GP DO BAHREIN FOI MOVIMENTADO EM TODOS OS PELOTÕES

 

O que aconteceu na prova era tudo o que todos esperavam: muitas ultrapassagens e definição apenas no final. O GP do Bahrein serviu para explicitar que Mercedes e Red Bull estão juntas em uma divisão à parte, com a McLaren liderando o segundo pelotão com uma vantagem mínima para a Ferrari.

Esse enorme equilíbrio rendeu ultrapassagens acima da média, como a manobra simultânea de Carlos Sainz sobre Sebastian Vettel e Fernando Alonso, citando apenas uma das dezenas de exemplos, além, claro, do lance da corrida entre Max e Hamilton, que pode ser vista abaixo.

 

A situação foi tão animadora que, em determinado momento da prova, cada um dos três primeiros estava com uma estratégia diferente. Ao contrário de Hamilton, Bottas não mostrou a mesma gana, mas não comprometeu. Andou perto, mas não mostrou agressividade.

Lando Norris provou que a McLaren está de volta à turma da frente com o motor Mercedes. E o inglês mostrou que será um osso duríssimo de roer para Daniel Ricciardo: Norris foi quarto, Ricciardo foi o sétimo, 20 segundos atrás do companheiro.

Sergio Perez conseguiu transformar o quase abandono na volta de apresentação, quando seu carro apagou, em um excelente quinto lugar, mostrando que sua história na Red Bull será bem diferente da vivida na McLaren. Mostrou velocidade e consistência – neste caso, só não brigou na frente por conta da classificação.

A Ferrari não comprometeu, mas percebeu que precisará evoluir um pouco mais, terminando a prova 13s atrás da McLaren de Norris com seu melhor carro, de Charles Leclerc, em sexto. Sainz chegou oito segundos atrás, em oitavo. Completando os pontos, Yuki Tsunoda mostrou suas credenciais ao ser nono com a AlphaTauri, à frente de Lance Stroll, que deu à Aston Martin seu primeiro ponto, com Sebastian Vettel amargando uma estratégia péssima de tentar uma parada só que deu muito errado: ele foi apenas o 15º e penúltimo.

Por três segundos, Raikkonen não terminou em décimo, mas o resultado, por outro lado, mostrou que a Alfa Romeo acertou na evolução de seu carro, com Giovinazzi chegando logo atrás de Kimi. A Alpine talvez tenha sido a equipe que mais decepcionou, com Fernando Alonso andando bem no braço: o time francês forma um terceiro pelotão, com Alpha Tauri e Aston Martin, sendo o mais lento do momento.

Outro que foi bastante observado na prova foi Mick Schumacher. Ao contrário do companheiro Nikita Mazepin, que rodou sozinho e bateu na largada, o filho de Schumi também tomou um susto com uma rodada no início (o que tira um pouco a culpa de Mazepin), mas não comprometeu no resto da prova e completou as 56 voltas. Mesmo em último, Mick precisa de milhagem e a corrida de hoje foi uma missão cumprida.

Passado o primeiro desafio, a F1 agora torce para que a próxima corrida, marcada para o dia 18 de abril em Ímola, na Itália, o GP da Emilia Romagna, aconteça sem problemas e não seja ameaçado pelo coronavirus.

E amanhã você confere aqui na CAR Magazine um raio-X completo com todas as estatísticas possíveis do GP do Bahrein.

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