Além de conseguir um carro gostoso de dirigir, a intervenção da VW trouxe um grande na qualidade para uma marca chinesa
Se existisse um prêmio ‘fun to drive’ entre os elétricos, certamente o JAC elétrico seria o escolhido. Não é o melhor em aceleração (com 10,7 seg. para chegar aos 100 km/h) e nem o mais rápido: a velocidade máxima limitada aos 110 km/h é bastante incômoda nas estradas. Mas é muito divertido de dirigir. É daqueles carros que a gente lamenta quando chega ao destino, dando vontade de andar mais.
Uma das líderes de mercado na China, com cerca de quatro milhões de unidades vendidas por ano, a VW tinha dificuldade de cumprir uma cota crescente de veículos “limpos” (leia-se elétricos) imposta pelo governo chinês. A solução encontrada foi a VW assumir a JAC, que tinha a expertise de alta produção de elétricos e garantir sua cota de elétricos no país.
Assim, rapidamente nasceu o JAC JS-1, projetado e produzido em tempo recorde com a mão pesada dos alemães. Partindo da plataforma do JAC J2, inclusive importado para o Brasil, a VW reforçou esta base e usou vários componentes, principalmente de suspensão e direção do up!. Colocou um motor elétrico de 62 cv e uma bateria pequena, garantindo baixo peso (1.180 kg, apenas 200 kg a mais que um subcompacto convencional de mesmo porte). Para assegurar a autonomia de 300 km sua performance foi restrita, com aceleração comparável à de um carro 1.4 aspirado a combustão. Veio também a limitação da velocidade máxima.
O design é simples, como convém a um carro com vocação urbana, mas com cores chamativas em combinações ousadas
O design se manteve simples, como convém a um carrinho com vocação urbana, mas com toques charmosos de cores chamativas em combinações ousadas. No Brasil, independente dessas qualidades, seu marketing se baseia no fato de ser o elétrico mais barato à venda por aqui. Mesmo assim, os elétricos continuam bem acima do preço dos carros à combustão.
Graças a bateria menor se tem vantagens no tempo de recarga. Em uma estação doméstica (WallBox de corrente alternada de 220 V, vendida separadamente pela JAC), a carga total é feita em cinco horas. Já em um WallBox rápido (corrente contínua de 50 KW) este tempo cai para 40 min.
Mesmo minotários nas ruas e com poucas ofertas de modelos, os elétricos já têm bastante diversificação. Vão da simplicidade do Renault ZOE, à releitura retrô do Fiat e-500, passam pela esportividade e sofisticação do Peugeot e-208 GT e tem inclusive a opção bem-humorada e prática de um carro urbano como o JAC elétrico.
O interior é funcional e irreverente