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Golf GTI, memórias de um ícone

Com 45 anos de existência, a versão GTI do Golf é uma das mais bem-sucedidas da história da indústria automobilística mundial

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Lançado no Salão Internacional do Automóvel (IAA) em Frankfurt em setembro de 1975, o primeiro Golf GTI era inovador e arrojado. Ele inaugurou uma categoria que não existia até aquele momento — hatches compactos esportivos com tração nas rodas dianteiras. Originalmente, apenas 5.000 unidades haviam sido programadas para serem produzidas, mas o Golf GTI era diferenciado, acessível e virou o mercado automotivo de cabeça para baixo. Contava com experiências dinâmicas de direção que eram próprias dos carros esportivos mais caros. Consequentemente, 461.690 unidades do GTI Mk1 saíram das linhas de produção da VW. Com seis sucessores produzidos até momento, ele se tornou o esportivo compacto mais bem-sucedido do mundo.

Golf GTI Mark 1


Em 1974, meia dúzia de funcionários da Volkswagen, incluindo Anton Konrad, então chefe de imprensa da empresa, inventou um plano secreto para desenvolver uma versão esportiva do Golf. Não havia uma autorização oficial para a concepção o Sport Golf, mas Hermann Hablitzel, membro do Conselho de Tecnologia, garantiu que o projeto tivesse continuidade. Então, foram surgindo os primeiros protótipos, incluindo um modelo carburado que gerava 100 cavalos de potência. Em março de 1975, Hablitzel apresentou oficialmente o projeto Sport Golf a Toni Schmücker, Presidente do Conselho de Administração da marca, que finalmente deu luz verde para a produção do carro.

Foi dessa forma que o clandestino Sport Golf recebeu oficialmente a sigla de desenvolvimento EA195, e sob essa nomenclatura ele fez sua estreia mundial no Salão Internacional do Automóvel (IAA), em Frankfurt. O EA195 deu um passo crucial à frente quando finalmente recebeu a unidade de potência correta — um motor injetado que gerava 110 cv. No entanto, o Sport Golf ainda não tinha nome. As sugestões avaliadas incluíam TS e GTS, mas a rubrica GTI venceu a disputa. Ao mesmo tempo, o designer-chefe Herbert Schäfer reinventou a manopla do câmbio, anexando uma bola de Golf à sua alavanca seletora de marchas.

Em junho de 1976, o Golf GTI Mk1, com preço de 13.850 marcos alemães, foi mostrado na Alemanha sem que se imaginasse o sucesso global que ele viria alcançar. O GTI tinha velocidade máxima de 113 km/h, molduras pretas nas bordas dos para-lamas e em torno da janela traseira, bordas vermelhas em volta da grade do radiador, assentos esportivos xadrez, a bola de Golf na manopla do câmbio e volante esportivo. O ponto alto dessa primeira versão do carro foi o lançamento da edição especial Pirelli GTI.

1984 – Golf GTI Mark 2


O modelo GTI Mk2 perpetuou o DNA de conceito e de design da primeira geração. As insígnias do GTI — em particular a faixa vermelha na grade do radiador e os assentos esportivos xadrez — tornaram-se algumas das suas características clássicas e a versão recém-chegada também se tornou um ícone. Em 1984, a potência do carro caiu ligeiramente para 107 cv como consequência da instalação de um conversor catalítico. Dois anos depois, a Volkswagen compensou essa perda de força desenvolvendo um novo motor de 16 válvulas que gerava 129 cv. Em 1990, o motor sobrealimentado G-Lader no GTI G60 elevou sua potência para 160 cv.

1991 – Golf GTI Mark 3


A Volkswagen transferiu o emblema GTI para a sua terceira geração em 1991. Os faróis duplos, que destacaram a segunda concepção do carro, agora estavam escondidos atrás de uma lente compartilhada. Um ano depois sua potência foi aumentada para 150 cv, graças a um novo motor de 16 válvulas. Em 1996, uma versão diesel turboalimentada (TDI®) que gerava 110 cv foi incorporada ao conceito GTI. Anos depois, os motores a gasolina e diesel seriam divididos de uma vez por todas em GTI e GTD. Em 1996, a Volkswagen também lançou o modelo comemorativo “20 anos de GTI”.

1998 – Golf GTI Mark 4

A quarta geração do GTI, introduzida em 1998, foi mais modesta em termos de estilo. Ele foi o primeiro e único GTI a não manter as características clássicas do modelo, inclusive com a exclusão do detalhe em vermelho na grade do radiador. No entanto, ele se tornou um ícone de design, e foi considerado como o ponto de partida para uma era de veículos com linhas mais limpas. Em termos de tecnologia, os 150 cv iniciais do GTI Mk4 mantinham os concorrentes à distância em agilidade e qualidade. Os motores a gasolina — de quatro e cinco cilindros — chegavam a gerar até 170 cv, enquanto os motores a diesel produziam, no máximo, 150 cv. Em 2001, a Volkswagen comemorou o primeiro quarto de século do ícone com a edição especial turbo “25 anos de GTI”, que alcançava 180 cv.

2004 – Golf GTI Mark 5


Em setembro de 2003, em Frankfurt, a Volkswagen fez um retorno às características clássicas do modelo, apresentando o protótipo que poderia vir a ser sua quinta geração. Em setembro de 2004, a empresa finalmente apresentou a versão de produção no Paris Motor Show, e o lançamento oficial do GTI Mk5 aconteceu em novembro. Seus destaques incluíam uma aparência mais agressiva, o motor turbo de 200 cv e um excelente comportamento dinâmico. As novas rodas com design Denver e a grade preta do radiador em forma de V se tornaram características marcantes. O novo motor turbo também fornecia muita potência, impulsionando o GTI (com câmbio manual) de zero a 100 km/h em apenas 7,2 segundos. Com a chegada da nova transmissão automatizada de dupla embreagem (DSG®) esse tempo foi reduzido para apenas 6,9 segundos. A velocidade máxima do carro era de impressionantes 235 km/h. No trigésimo aniversário do icônico esportivo, em 2006, seus criadores apresentaram a edição “30 years of GTI”, com motor que gerava 230 cv. Com a mesma motorização, a reencarnação do “Pirelli GTI” foi reeditada em 2007.

2009 – Golf GTI Mark 6


A sexta geração do Golf GTI foi apresentada em 2009, e o lendário piloto Hans-Joachim Stuck foi o encarregado de aperfeiçoar o comportamento dinâmico do seu chassi, que pela primeira vez apresentava o bloqueio eletrônico diferencial (XDS®). Com uma velocidade máxima de 239,7 km/h, este GTI incorporava um motor turboalimentado de 210 cv. O modelo contava com um gerador de som, além de um novo sistema de escapamento de dupla saída — uma em cada lateral do carro —, que produzia uma sonoridade mais condizente com a sua esportividade. Em 2011, pela primeira vez, ele foi apresentado como conversível. Nesse mesmo ano, comemorou seu 35º aniversário com o lançamento da “Golf GTI Edition 35”, com 235 cv de potência. Essa edição foi exibida em Nürburgring, e foi a primeira que beirou a marca dos 250 km/h, atingindo 243,2 km/h. Graças a uma relação de peso/potência de 5,9 kg/cv, o GTI acelerava de 0 a 100 km/h em apenas 6,6 segundos.

2013 – Golf GTI Mk7


A sétima geração foi lançada, pela primeira vez, com duas opções de motor na primavera de 2013. A versão básica tinha 220 cv, enquanto o modelo GTI Performance chegava à potência máxima de 230 cv. Este último foi o primeiro Golf GTI a incorporar diferencial de deslizamento limitado, com sensor de torque controlado eletronicamente, e a ser construído sobre plataforma MQB. Essa nova estrutura reduziu seu peso em até 41,7 quilos em comparação com seu antecessor, tornando-o ainda mais ágil. A versão com 230 cv e transmissão manual foi a primeira a atingir 250 km/h. Ele serviu de base para o GTI Clubsport, apresentado no circuito de Portimão, em Portugal, em novembro de 2015, que era capaz de desenvolver até 290 cv graças a função de overboost. Foram necessários apenas 5,9 segundos para que ele acelerasse de 0 a 100 km/h. Um ano depois, o GTI Clubsport S — com uma potência de 310 cv — bateu o recorde anterior entre veículos somente com tração dianteira em Nürburgring, com o tempo de 07m49s21, e chegando a velocidade máxima de 264 km/h.

2020 – Golf GTI Mk8


A oitava geração do Golf GTI, que chega ao mercado este ano, conta com a motorização EA888 evo4, de 2,0 litros, quatro cilindros, injeção direta, turboalimentado e 245 cv de potência. O torque máximo é de 33,70 kgfm. O motor de quatro cilindros está acoplado a uma caixa manual de seis velocidades (MQ350) como padrão. Opcionalmente pode vir com uma transmissão automatizada de dupla embreagem de sete marchas (DQ381 DSG). Paralelamente à versão a combustão interna está disponível a versão híbrida plug-in GTE. O sistema híbrido plug-in do novo modelo é composto por um motor turboalimentado EA211 de 150 cv e 1,4 litro, um motor elétrico de 114 cv, câmbio DSG de seis marchas (DQ400e) e uma nova bateria de íon de lítio. O trem de força fornece uma potência máxima combinada de 245 cv e torque máximo do sistema de 40,8 kgfm. Comparado com o seu antecessor, a autonomia no modo totalmente elétrico aumentou para aproximadamente 60 km.

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