Emulando o acontecido em 2019 no Brasil, Leclerc e Vettel se acertam na terceira curva e abandonam; segundo na prova, Bottas segue líder na tabela.
Sem a profusão de intervenções do Safety Car que marcou a prova de abertura da temporada 2020 da Fórmula 1, há uma semana no mesmo Red Bull Ring, o GP da Estíria, realizado neste domingo, não teve grandes emoções na briga pela vitória. De ponta-a-ponta, Lewis Hamilton liderou a dobradinha da Mercedes, com Valtteri Bottas mantendo a liderança do campeonato com o segundo lugar, após passar Max Verstappen nas voltas finais.
“Voltar a vencer é ótimo. Parece que faz muito tempo desde a última corrida do ano passado” – Lewis Hamilton.
A segunda corrida consecutiva no circuito austríaco lembrou um jogo de NBA, onde a emoção só apareceu nos instantes finais – e tudo da segunda posição para trás, pois Hamilton não deu chance para ninguém, mesmo parando sete voltas mais cedo que o companheiro de equipe para o pit stop obrigatório. Além da briga entre Bottas e Verstappen, uma bela disputa envolvendo as cinco posições seguintes entre a Red Bull de Alex Albon, as Racing Point de Sergio Perez e Lance Stroll, além da Renault de Daniel Ricciardo.
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Ao passar Perez pelo quarto lugar, Albon acabou danificando a asa dianteira do mexicano, que perdeu o ritmo e foi engolido por Norris, Stroll e Ricciardo, que brigavam arduamente pela oitava posição. Assim como na semana passada, quando foi o terceiro colocado, Norris fez valer seu trabalho na última volta, recebendo a bandeirada um segundo à frente de Perez, que, por sua vez, cruzou a linha de chegada a menos de um décimo de Stroll.
“Dei tudo que tinha nas manobras contra Stroll, Pérez e Ricciardo. Foram dois finais de semana incríveis” – Lando Norris
Carlos Sainz, no segundo McLaren, e Daniil Kvyat, da Toro Rosso, fecharam a zona de pontuação em um GP marcado pelo abandono duplo da Ferrari na primeira volta por conta de uma colisão entre Charles Leclerc e Sebastian Vettel, repetindo o cenário acontecido no GP do Brasil do ano passado, mas, neste caso, o episódio se deu na terceira curva da corrida.
Em uma falha de julgamento, Leclerc errou a freada e atingiu sem querer a asa traseira de Vettel, chegando a ficar com as quatro rodas no ar. Os danos no assoalho do carro do monegasco foram capitais, enquanto o tetracampeão, com a asa quebrada, nem se deu ao trabalho de arrumar, o que tomaria muito tempo e não levaria a nada. Além dos dois, apenas Esteban Ocon, com problemas de superaquecimento no carro da Renault, não completou a prova.
“Foi minha culpa. Sou totalmente culpado nessa. Não tinha espaço. Lamento muito pelo time” – Charles Leclerc
Outro destaque do GP foi a cerimônia de pódio. Além de repetir o gesto de erguer o braço com o punho fechado, que ficou famoso por conta de Tommie Smith e John Carlos no pódio do atletismo nas Olimpíadas de 1968, Hamilton teve ao seu lado representando o time a engenheira Stephanie Travers, nascida no Zimbábue também negra. Para completar, um robô entregou os trofeus a cada um dos integrantes, respeitando o distanciamento social.
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Who’s liking the trophy robot?! 🤖😃 . #AustrianGP 🇦🇹 #Formula1 #F1 @lewishamilton
“A equipe fez um trabalho fantástico com a estratégia e a minha missão era apenas manter tudo no lugar, ficar longe das zebras e levar para casa. Sou muito grato por estar a primeira colocação. Parece que faz muito tempo desde a última corrida do ano passado e voltar após um fim de semana difícil como na semana passada é ótimo. É um ótimo passo à frente”, afirmou Hamilton.
“Até o Bottas me alcançar, a corrida estava bem entediante” – Max Verstappen
“Eu tentei acompanhar as Mercedes, mas estávamos lentos. Quando o Bottas chegou para passar, eu tentei dificultar, mas eu sabia que ele passaria. O pódio é um bom resultado, mas temos muito trabalho a fazer. Até o Bottas me alcançar, a corrida estava bem entediante”, comentou Verstappen.
“Estou muito feliz com o resultado, especialmente por causa da segunda parte da corrida, com aquele final em que eu tentei tirar vantagem do momento e das possibilidades que se apresentaram para mim. Dei tudo que tinha nas manobras contra Stroll, Perez e Ricciardo. Foram incríveis esses primeiros dois fins de semana. Eu não esperava que fossem desse jeito”, comemorou Norris.
“Foi um fim de prova frustrante” – Daniel Ricciardo
“Stroll jogou nós dois para fora da pista. Acho que ele estava desesperado porque Lando estava encostando. Foi um fim de prova frustrante e perdemos uma posição para Lando. É uma pena terminar a corrida assim”, reclamou Ricciardo. “Vi uma oportunidade, uma pequena brecha, e tentei. Acabou sendo uma última volta muito agitada”, rebateu Stroll.
“Foi minha culpa. Sou totalmente culpado nessa. Não tinha espaço. Lamento muito pelo time. Eles fizeram um trabalho incrível e pressionaram muito para trazer atualizações e eu abandonei na primeira volta. Eu lamento muito, embora não seja o bastante dizer isso nesse tipo de situação. Espero melhorar e não cometer mais erros como este no futuro”, desculpou-se Leclerc.
“Batemos porque não tinha espaço” – Sebastian Vettel
“Eu estava lutando com dois outros carros, já tinha três carros dentro da curva três e fiquei muito surpreso. Não estava esperando que o Charles tentasse algo, não tinha espaço. É uma pena, é algo que a gente devia evitar. Não acho que eu poderia ter feito algo de diferente. Batemos porque não tinha espaço”, completou Vettel.
A Fórmula 1 retorna para a terceira etapa já no próximo domingo, com o GP da Hungria em Hungaroring, tendo Bottas no topo da tabela com 43 pontos, seguido por Hamilton (37) e Norris (26). Os resultados completos podem ser vistos abaixo.
1. Lewis Hamilton, Mercedes, 71 voltas em 1h22m50.683s
2. Valtteri Bottas, Mercedes, a 13.719s
3. Max Verstappen, Red Bull/Honda, a 33.698s
4. Alexander Albon, Red Bull/Honda, a 44.400s
5. Lando Norris, McLaren/Renault, a 1m01.470s
6. Sergio Perez, Racing Point/Mercedes, a 1m02.387s
7. Lance Stroll, Racing Point/Mercedes, a 1m02.453s
8. Daniel Ricciardo, Renault, a 1m02.591s
9. Carlos Sainz Jr., McLaren/Renault, a 1 volta
10. Daniil Kvyat, AlphaTauri/Honda, a 1 volta
11. Kimi Raikkonen, Alfa Romeo/Ferrari, a 1 volta
12. Kevin Magnussen, Haas/Ferrari, a 1 volta
13. Romain Grosjean, Haas/Ferrari, a 1 volta
14. Antonio Giovinazzi, Alfa Romeo/Ferrari, a 1 volta
15. Pierre Gasly, AlphaTauri/Honda, a 1 volta
16. George Russell, Williams/Mercedes, a 2 voltas
17. Nicholas Latifi, Williams/Mercedes, a 2 voltas
– Esteban Ocon, Renault, superaquecimento
– Charles Leclerc, Ferrari, abandono
– Sebastian Vettel, Ferrari, abandono
• Margem de vitória: 13.719s
• Na volta do vencedor: 8
• Líderes: 2 (Hamilton-64 laps, Bottas-7)
• Total de voltas completadas na corrida: 1226 voltas (86.3%), 5291 km
• Total de voltas completadas no fim de semana: 3448 voltas, 14886 km
• Top speed: 336.2 km/h (Perez)
• Intervenções do Safety car: 1 (3 voltas)
• Pit stops: 21
1. Valtteri Bottas, 43
2. Lewis Hamilton, 37
3. Lando Norris, 26
4. Charles Leclerc, 18
5. Sergio Perez, 16
6. Max Verstappen, 15
7. Carlos Sainz, 13
8. Alex Albon, 12
9. Pierre Gasly, 6
10. Lance Stroll, 6
11. Esteban Ocon, 4
12. Daniel Ricciardo, 4
13. Antonio Giovinazzi, 2
14. Daniil Kvyat, 1
15. Sebastian Vettel, 1
16. Nicholas Latifi, 0
17. Kimi Raikkonen, 0
18. Kevin Magnussen, 0
19. Romain Grosjean, 0
20. George Russell, 0