A convite da categoria, Bruno Vicaria dá uma volta rápida no meio de um treino oficial da categoria em Interlagos.
A iniciativa já é conhecida: a volta rápida é uma das mais antigas e principais ferramentas de marketing e relacionamento de categorias e competidores com seus fãs. É o máximo que o fã pode chegar perto de uma competição real. Em 20 anos de jornalismo especializado, dar voltas rápidas não é nenhuma novidade, mas a Porsche Cup conseguiu surprender.
Em um evento dedicado apenas para a imprensa, a categoria juntou todos os pilotos das duas categorias (Carrera Cup Sport e GT3 Cup) para responder perguntas dos pilotos, sem nenhum tipo de frescura: foram todos, falaram todos. O único que não vi por lá foi o Miguel Paludo, que mora nos EUA. Até o badalado Caio Castro cumpriu o protocolo e conversou com a turma.
Na sequência, foi a hora da volta rápida. A última vez que havia andado de carona em um carro da categoria já tem nove anos, então estava animado em relembrar a sensação. O carro, um modelo com um layout todo voltado para a temporada 2021, seria guiado pelo Renan Guerra, velho conhecido da turma das pistas, acostumado em guiar supermáquinas e com experiência em campeonatos como GT3, GT4 e Endurance.
Logo de cara, o capricho tradicional da Porsche: ganhei um capacete aberto com meu nome na lateral e o símbolo do campeonato no topo. Visto o casco, entro no carro, cumprimento o Renan, sou amarrado no banco e saímos para pista. É aí que me dou conta que estou no meio do treino de pré-temporada da categoria! Me senti no Táxi do Gugu quando entrou no meio de uma corrida – analogia que entrega a idade.
Fazia tempo que não andava de carona, então logo me lembrei da força do carro, chacoalhando debaixo do cinto com o corpo querendo voar pra fora do carro a cada freada. Saindo dos boxes, vejo um à frente. Renan puxa para o lado e ultrapassa.
Cada curva eu presto atenção nos detalhes, mas não consigo observar o trabalho do Renan por haver uma espécie de tela separando nós dois e que ficava bem no meu campo de visão. Para quem gosta e brinca nos simuladores, o grande barato é tentar pegar as referências dos pilotos em curvas como o Laranjinha (não havia placa de 100 e 50 metros como nos games) e em curvas onde você precisa fazer uso maior da zebra na entrada ou saída das curvas. Tudo isso a 200 por hora. Tentei olhar o velocímetro, mas também não queria perder os outros detalhes.
Seguimos o passeio e tratamos de perseguir o Porsche Lego do Rodrigo Mello. O pega dura pouco, pois eu só tenho direito a uma volta. Uma pena. Nunca estive tão perto assim da sensação real de competir como nesses menos de dois minutos. Memorável!