Entre as surpresas que a tecnologia prepara nos próximos anos está o painel 3D (tridimensional) que pode ser confortavelmente utilizado pelo motorista sem aqueles óculos distribuídos nas salas de cinema. O equipamento foi desenvolvido pela Continental e a startup Leia, do Vale do Silício, Califórnia.
Kai Homann, gerente de soluções para painéis da empresa alemã, afirmou ao site Business Insider que a principal preocupação – tirar atenção do motorista – foi solucionada.
“Trabalhamos com a profundidade gráfica para trás e permitimos que todos os objetos 3D fiquem no máximo cinco centímetros fora da imagem. Isso é muito mais relaxante para os olhos e garante que o motorista não se distraia.”
No futuro, quando os níveis de direção autônoma avançarem, motorista e acompanhantes (mesmo os do banco de trás) poderão participar de um bate-papo telefônico com vídeo, navegar e usar mapas na internet muito mais detalhadamente, assistir televisão, ver filmes, interagir nas redes sociais, participar de jogos eletrônicos ou visualizar assistência de estacionamento de 360 graus. O painel poderá ser visto mesmo com incidência direta de luz solar.
A produção do sistema de exibição 3D começará em 2022. Mas antes disso uma versão simplificada estará no cluster (quadro de instrumentos) do Genesis GV80, marca de luxo da Hyundai. Sinais de alerta e ponteiros serão projetados em 3D, em estágio acima do que hoje está no Peugeot 208. Neste caso contará com uma câmera para rastrear o olhar do motorista e detectar se está cansado ou se distraiu muito tempo com o cluster.
Vetos presidenciais sem desconfigurar CTB
Os seis vetos presidenciais à revisão e à atualização do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), aprovado na Câmara dos Deputados e Senado Federal após o projeto de Lei apresentado pelo Executivo em 2019, não geraram mudanças radicais.
O principal já tinha comentado antes aqui: apesar de fazer sentido estabelecer um limite de velocidade para que os motociclistas trafeguem entre os veículos, na prática a fiscalização é inviável. O texto que o Legislativo aprovou nem estipulava qual seria essa velocidade de segurança, mas pelo menos uma recomendação de até 50 km/h evitaria muitos acidentes, se aceita pela maioria dos motociclistas. Os mais conscientes respeitam esse limite.
O presidente Bolsonaro vetou a obrigação de avaliação psicológica dos motoristas que representem risco à segurança no trânsito. O artigo era meio vago, porém se mais bem redigido merecia continuar no CTB. Também não faz sentido o veto à multa ao vendedor que não informe ao Detran a transferência de propriedade, no prazo razoável de 60 dias. Quanto mais quando pontos e multas são “herdados” pelo novo proprietário, um despautério do CTB sem mudança há décadas.
A especialização em medicina e psicologia de trânsito ficou de fora com o veto presidencial. Apesar de existir certa “reserva” de mercado para as clínicas credenciadas, não se justifica simplesmente deixar de lado esse aspecto. Se fossem autorizadas mais clínicas, poderia-se alcançar o objetivo de diminuir o preço para quem deseja obter ou renovar a carteira de habilitação.
ALTA RODA
BMW OFERECE no Brasil automóveis híbridos desde 2011 e elétricos desde 2014. Entre janeiro e setembro de 2020, seu portfólio de eletrificados vendeu quase 700 unidades, o triplo de unidades em comparação a todo ano de 2019. Do 330e M Sport foram 174 unidades até o final de setembro. Este híbrido impressiona por respostas imediatas ao acelerador com a ajuda do motor elétrico de 113 cv ao 2-litros turbo, totalizando 292 cv e 42,8 kgfm. Autonomia puramente elétrica foi de 42 km, na avaliação em cidade. Apesar de ser um pouco mais pesado, nada mudou na dirigibilidade que consagrou a marca principalmente em estrada. Tanque tem apenas 40 litros, porém autonomia máxima se aproxima de 700 km, na faixa de 100 a 120 km/h, bastante conveniente.
ESTÚDIO DE DESIGN Pininfarina, que também montou instalações industriais na Itália, completa 90 anos. Fundado em maio de 1930 por Batista Farina, seu primeiro produto foi o Lancia Dilambda. Entre seus vários clientes fieis estavam Ferrari e Peugeot. Modelos de maior sucesso, os Alfa Romeo Giulietta Spider e Giulia, tiveram 27.000 unidades produzidas entre 1955 e 1966. A empresa entrou em severo declínio e em 2015 foi adquirida pela indiana Mahindra, que a transformou numa estúdio de projetos generalistas. Agora tenta ressurgir, na Alemanha, com o nome Automobili Pininfarina e planeja o hipercarro elétrico Batista.
MARCOS FERNANDES, diretor de tintas para veículos da BASF América do Sul, indica cores conceituais que podem aparecer nos próximos anos: verde, cinza e laranja. “Os estudos de tendência são feitos anualmente e refletem mudanças sociais, comportamentais, da moda, entre várias influências analisadas por nossos especialistas”, afirma.
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