Existem pilotos que dizem que este foi o momento onde a F1 passou do limite. Foi quando ela ultrapassou a média de velocidade de 259 km/h em uma volta.
Foi na classificação para o GP da Inglaterra de 1985, em Silverstone, com Keke Rosberg no volante. Foi considerada a volta mais rápida de todos os tempos até 2003, quando Juan Pablo Montoya foi levemente mais rápido em Monza. Ambos de Williams, nota-se.
De forma não oficial, Juan Pablo Montoya diz ter sido o mais rápido em testes a bordo do McLaren-Mercedes também em Monza em 2005, com uma velocidade máxima de 372,6 km/h. Já a Williams disse que Valtter Bottas cravou 378 km/h nas ruas de Baku em 2016. Mas essas duas histórias deixamos para depois.
No caso de Keke, a usina era feita pela Honda, que finalmente se encaixou com a Williams. Rosberg já havia vencido em Detroit e as expectativas eram altas. O carro, primeiro da F1 a ser todo de fibra de carbono, ajudou muito nesse sentido.
Silverstone na época era tipo um oval quadrado com no máximo duas curvas para a esquerda – todas as outras eram para a direita em altíssima velocidade – quebrada por uma chicane, a Woodcote.
A brincadeira é de que Keke voou baixo pois queria fumar um cigarro – ele era um baita fumante. Diz a lenda que ele fumava como um desgraçado antes da corrida para aguentar as duas horas sem nicotina.
Na disputa com Nelson Piquet, Rosberg prendeu a respiração mandou ver. A ponto de perder a noção das coisas. Foram sete décimos de diferença. Uma cacetada de mais de 1000 cavalos. Mansell, aliás, ficou mais de um segundo atrás na disputa dos bigodes.
“Me deixei levar e esse não seria o caso se você quisesse sobreviver. Mas só aconteceu uma única vez.”
Rosberg já havia se garantido com a volta anterior, mas ele fez questão de entrar na pista e baixar mais meio segundo – ele só percebeu o momento especial do carro, da pista e dele mesmo.
“Foi uma idiotice sair de novo, pois já estava garantido. Mas não resisti pois achei que daria para ir mais rápido. E conseguimos. Era para estar na garagem agradecendo pela pole, mas o prazer superou o profissionalismo.”
Quem conta bem essa história é Peter Windsor, que na época trabalhava na Williams. O primeiro vídeo, que não podemos incorporar aqui, pode ser visto clicando aqui e mostra a volta em si e Nico Rosberg comentando o feito do pai. O segundo, também gravado por Windsor, conta histórias interessantes e mostra coisas como tabela de tempos original e tudo. Vale a visita abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=1aHt3RLK6DA&feature=emb_title