"Tentarei o meu melhor para ajudar a equipe a ser campeã novamente. Se formos campeões comigo, fantástico, mas se for com um jovem talento, minha missão também estará cumprida."
Fernando Alonso está de volta. Aos 39 anos de idade, o espanhol bicampeão de Fórmula 1 terá sua terceira passagem pela equipe Renault, por onde ele obteve suas maiores glórias – seria essa mudança digna de pedir música no Fantástico? Afinal, além de Alonso, só Nigel Mansell teve a proeza de competir três vezes pela mesma equipe na carreira – no caso a Williams em 1987-88, 1991-1992 e 1994.
Em um contrato de duração não informada, Alonso aposta na reviravolta do regulamento para 2022, onde todos começarão do zero e a Renault terá uma oportunidade de virar o jogo, como fez a Mercedes nesta primeira geração de carros híbridos – domínio que persiste desde 2014.
“A idade não importa, o que importa é o cronômetro.”
Tendo vencido seu primeiro GP, feito sua primeira pole e somado seus dois títulos pela montadora francesa, o asturiano sabe que terá um cenário bem diferente daquele quando ele era o Rei da Renault: o momento é crucial para se trabalhar em união com o objetivo de voltar ao topo. Como fez Felipe Massa na Williams, deixando o status de lado e focando na reestruturação da equipe.
Apesar de já estar acertado com a McLaren, Daniel Ricciardo pode ser prejudicado por esse anúncio, uma vez que a Renault terá todo o direito de colocar Alonso para andar no primeiro treino livre durante os finais de semana de corrida – e não faria sentido nenhum tirar Esteban Ocon para isso, já que o francês retorna após longo período fora e segue em 2021.
“Estou ciente da minha missão, que não está apenas focada no carro, mas também fora dele.”
O acordo, segundo fontes, começou a ser costurado de verdade após o Natal de 2019 e só cresceu com os rumores sobre a ida de Ricciardo para a McLaren, o que acabou se concretizando. E, mesmo perto dos 40, o impacto da volta do asturiano ainda é forte: essa é a principal notícia do dia da imprensa esportiva.
“A idade não importa, o que importa é o cronômetro. Nunca me classifiquei para uma corrida baseado no meu passaporte ou na minha data de nascimento. Sempre foi no cronômetro e ainda estamos com velocidade. Estou ciente da minha missão, que não está apenas focada no carro, mas também fora dele”, destaca Alonso.
O espanhol também mostrou estar focado em auxiliar a equipe como um todo: “Tentarei o meu melhor para ajudar a equipe a ser campeã novamente. A equipe quer e tem a meta de voltar ao pódio, assim como eu. Tentarei ajudar também a Academia de Pilotos o máximo que puder. Se formos campeões comigo, fantástico, mas se for com um jovem talento, minha missão também estará cumprida.”
“Fizemos testes físicos há 15 dias e tive os melhores resultados da carreira, o que me deixa motivado, feliz e mais forte do que nunca.”
Mesmo com uma agenda cheia após sair da F1 em 2018, com títulos no WEC, em Le Mans e participações no Rally Dakar e na Indy 500, o bicampeão admite que precisou melhorar o físico. “Tenho que reconstruir meu corpo. Tive que começar treinos específicos. Comecei em fevereiro e agora estou 100%. Fizemos testes físicos há 15 dias e tive os melhores resultados da carreira, o que me deixa motivado, feliz e mais forte do que nunca”, conclui.
View this post on Instagram
HE’S BACK! #F1 #Formula1 #FernandoAlonso #Renault @fernandoalo_oficial @renaultf1team
Duro vai ser administrar o espanhol e liderar junto com ele o time, algo que Cyril Abiteboul não vem conseguindo com sucesso nos últimos anos, mas espera virar o jogo a partir de 2021. “A assinatura com Fernando é parte do plano do Grupo Renault de seguir comprometida com a F1 e voltar ao topo do pódio”, afirmou.
“Se formos campeões comigo, fantástico, mas se for com um jovem talento, minha missão também estará cumprida.”
“Sua presença é algo maravilhoso não só a nível esportivo, mas também para a marca. A ligação entre ele, a equipe e os fãs fizeram de Alonso uma escolha natural mútua e um projeto para o futuro. Sua experiência e determinação nos levarão a ter o melhor de cada um para levar o time à excelência que a F1 moderna exige”, continua.
“Ao lado de Esteban Ocon, a missão de Fernando Alonso será ajudar a Renault a se preparar para a temporada 2022 nas melhores condições possíveis”, completa Abiteboul. Confira abaixo o belo poster que a equipe fez para anunciar o piloto.
Com uma história de dois títulos, três vice-campeonatos, 32 vitórias (o sexto da história) e 311 GPs (atrás apenas de Kimi Raikkonen com 313 e Rubens Barrichello, com 322) por Renault, McLaren e Ferrari, a volta de Alonso é vista com bons olhos até pelo CEO da Fórmula 1, Chase Carey.
“A volta do bicampeão pela Renault é uma ótima notícia. Ele é um talento incrível e nós mal podemos esperar para tê-lo no grid em 2021”, resumiu. A categoria, por sua vez, capitalizou bastante publicando vídeos (um deles está acima, no corpo da reportagem) e um poster que pode ser visto abaixo.
Resumindo: ele pode até não ter a velocidade natural de seu início de carreira, mas Alonso ainda tem o poder de afrontar os rivais e a capacidade de andar na frente iguais aos de quando deixou a F1.
O Príncipe das Astúrias está de volta!